É engraçado, mas não consigo deixar de enxergar o Samsara - a roda das reencarnações do budismo - como uma engrenagem. Ou um computador quântico, ou as duas coisas. Eu posso começar a falar uma grande bobagem, mas lá vai: a vida gira e você é formatado a cada existência, e o karma parece uma espécie de backup. Isso quer dizer que somos dados, mas isso é estranho. É estranho pensar que o destino num nível mais complexo tenha uma trajetória circular, no qual voltamos sempre ao mesmo ponto, mas sob outra forma. Talvez isso seja até espiral, não sei. Complicado não achar finalidade até porque se isso é uma espécie de mecanismo, deve haver alguma finalidade intrinseca. Uma engrenagem que gira sozinha e não se aparenta haver eixo. Esquisito.
E os luditas? Onde entram nisso? Bom, o ludismo era um movimento operário do século XIX que se opunha à mecanização do trabalho, então eles atacavam aquilo que acreditavam ser o instrumento de seu sofrimento : a máquina. Arrebentavam sem dó os teares e o que quer que fosse. Bom, como a busca por eliminar o sofrimento é uma ( até onde sei, o que admito ser pouco ) das idéias propagadas no budismo para se livrar dessa roda de transmigração, que como eu disse, parece ser uma engrenagem, portanto, máquina. Então, na boa, Buda ( falo do Siddharta Gautama ) foi um grande ludista transcendental. Arrebentar com a máquina., enfiar uma chave inglesa cósmica, sei lá, na roda das reencarnações. Isso me parece bem ludita. Assim como Ned Ludd , buscou se desfazer de seu sofrimento, só que num âmbito bem mais material. Acho que, mais do que formatar a si mesmo. Siddharta e Ned Ludd, , de algum modo, estão, pra mim, ligados pelo fato de que tentaram ( não sei se conseguiram) destruir seus computadores quânticos e simplesmente, sumirem por aí no fluxo da existência.. Acho que mais Buda do que Ludd, mas aí, ignorem, se quiser.
Enfim, Buda e Ned Ludd, tudo a ver. Será?
Planetary
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